“Alguns anos atrás, Matsuguma Kyöan contou esta história:
Na prática da medicina existe uma diferença de tratamento do homem e da mulher de acordo com o Yin e o Yang. Existe também uma diferença de pulsação. Nos últimos cinquenta anos, entretanto, o pulso do homem tornou-se o mesmo das mulheres. Considerando esse fato, no tratamento de doenças oftalmológicas eu apliquei o tratamento masculino aos homens, não houve resultado. E assim soube que o espírito dos homens havia se afrouxado e que havia se tornado o mesmo das mulheres, e que o fim do mundo havia chegado. Embora tenha sido testemunha desse fato, eu o mantive em segredo.
Quando se observam os homens de hoje, com isso em mente, pode-se dizer que existem realmente muitos que possuem o pulso de uma mulher, e que poucos parecem homens de verdade. Por causa disso, se alguém fizer um pequeno esforço, ele se destacará com facilidade. O fato de haver poucos homens capazes de fazer uma boa decapitação é mais uma prova de que a coragem dos homens se esvaiu. E, quando alguém fala sobre kaishaku, os homens de hoje são prudentes e espertos o suficiente para arranjar desculpas. Há quarenta ou cinquenta anos, quando atos como matanuri eram considerados viris, um homem não mostraria uma perna sem cicatrizes aos colegas. E, se não as tivesse, ele mesmo a cortaria. Todo trabalho do homem é sangrento. Hoje esse fato é considerado uma tolice. Casos são resolvidos inteligentemente apenas com palavras, e serviços que exigem esforços são evitados. Eu gostaria que os jovens tivessem alguma compreenção disso.”
Yamamoto Tsunetomo
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